Não é uma palavra complicada. O que se pode, o que se dá, o que se pensa, o que se há. Palavra boa de ser riscada, jogada em punhados a fogueira. Há palavras que valem mais. demais cachoeira estrada sacanagem cerveja covardia. Não essa dos jornais, mas a nossa, do dia a dia. A sagrada malhação do palhaço para não mais se malhar judas por aí. É preciso intenção para a nossa putaria. vontade e direção. Movimento e as risadas. É preciso gargalhadas, poemas, mais cervejas, sempre mais cervejas. Porque até talvez vencer nunca, ainda vai rolar muita pedrada. Poema pra mim vem de porrada. Não a que se leva, mas aquela que se dá. Raiva nem sempre tem como destino final a porra do muro. Os milhões se matando no saco também servem pra se mudar o mundo. Compromisso e conflito que são milhares os que vivem na casa do caralho. Por compromisso e através de porrada. para que o não, acabe e qualquer nunca vire talvez, outro agora. Os amanhãs da folha não pertencem ao poeta e ainda assim serão outro agora, outra hora. Porque tempo não é isso que passa, mas o que permanece. Sempre novo mas sempre agora. Aquilo tudo que se repete de novo. Os movimentos peristálticos da palavra com tudo que nos rodeia. A pulsação própria do texto, os axiomas da esmeralda através do sangue riscados na folha. O pequeno no muito grande. Ou o muito pequeno no menor ainda. Importante são as ondas no lago e a tempestade do outro lado do globo.
Importante é a página em branco, as pessoas em branco, as cabeças em branco, nossos conceitos em branco. A possibilidade de rabiscar de novo isso tudo só que dessa vez encher de cores. Jogar azul nas nuvens e amarelo no céu, pintar as árvores de vermelho fogo, tochas milhares sacudindo ao vento. Caminhar nessa estrada de tijolos vermelhos de mãos dadas olhando o nascer de mais um dia turquesa. Importante é a possibilidade do novo. O novamente sem ser repeteco. O de outro modo, qualquer outro jeito, o cada qual criando seu mundo. O cada um do seu próprio jeito e a negação deixada ao relento. Se permita. Se jogue. Vá com os dentes no fundo. Roube fruta do pé e deixe-se escorrer pelos cantos. Nenhum outro dirá não. A palavra do desejo é soberana. Não há palavra que vença vontade dirigida. É só o amor, é só o amor.
27/10/2010
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